sábado, 11 de dezembro de 2010

Caixas de papelão.

Caixas de papelão vazias esperavam para serem preenchidas com a minha vida. O que eu estava esperando? Precisava arrumar tudo! Mas cadê a coragem? Lembranças de um tempo bom invadiram a minha mente, e eu perdi as poucas forças que tinha. Sentei no chão, tombei a cabeça para trás e coloquei os fones de ouvido. Minha mãe logo me gritaria, perguntando pelas caixas. Pelo menos eu não ouviria. Esperaria ela vir até mim, me puxar pelo braço e esfregar meu nariz naquelas malditas caixas de papelão. Resolvi me concentrar nas lembranças... Pelo menos elas me fariam chorar de felicidade. Lembrei-me dos dias mais loucos, guiados ao som de músicas não tão culturais e conversas não tão construtivas. Lembrei-me das tardes sentada à mesa da minha sala escrevendo com um certo amigo escritor. Lembrei-me das tardes e noites gastando dinheiro no shopping com uma certa amiga consumista. Lembrei-me das manhãs, tardes e noites de consolo recíproco com uma certa amiga confusa. Lembrei-me da noite de beijos ao som de MPB... Lembranças lindas que não poderiam ser guardas naquelas caixas de papelão. Eu estava fazendo um esforço enorme para aceitar o fato de que eu teria que guardá-las numa caixa separada, pois aquelas lembranças pertenciam a um tempo o qual não me pertencia mais. Um tempo que já havia passado, e que não poderia ser prolongado. Minha mãe me mandou parar de drama, afinal eu não estava morrendo, e sim apenas me mudando. Pois bem. Afinal, o que são quinhentos quilômetros? Coisa insignificante! Só seis horas de carro, dez de ônibus e quarenta minutos de avião. Besteirinha de nada. Mas pensando bem, é sim uma besteirinha de nada. Pior seria se eu estivesse realmente morrendo. Deus me livre pé de pato, bangalô três vezes! As boas lembranças que naquele momento me consolavam não precisariam ser guardadas. Muito pelo contrário. Elas serviriam para me ajudar a continuar firme pelo novo caminho. Distâncias físicas são sim insignificantes. Eu não vou perder os meus amigos por causa de quinhentos quilômetros, ou vou?! Duvido que vá! E essas lembranças também servirão para eu ter a certeza de que, mesmo que tudo dê errado, eu irei tê-los sempre ao meu lado. Então nada de choro, desespero ou melodrama. Levantei, arrumei e selei as caixas, enxuguei as lágrimas e sorri esperançosa. Afinal, Vitória da Conquista é logo ali, há quinhentos quilômetros!

Quebra-molas, desvios e placas!


Odeio quebra-molas, desvios e placas! Quebra-molas sempre nos acorda quando estamos naquele sono bom de carro. Desvios sempre nos levam a estradas esburacadas. Placas sempre nos deixam ansiosos e nos dão más notícias. Então volto a afirmar: odeio quebra-molas, odeio desvios e odeio placas! Quebra-molas nos obrigam a reduzir a velocidade, nos obrigam a prestar atenção nos detalhes, nos obrigam a ser cuidadosos. Não se pode viver a vida intensamente com quebra-molas! Desvios são muito ruins, apesar de parecerem bons. Eles nos tiram do caminho que não queremos seguir, mas nos levam a caminhos que não devemos seguir. No final das contas, você acaba fazendo besteira do mesmo jeito! Mas acho que o pior são as placas. Elas nos dão as coordenadas da aproximação de um lugar o qual não queremos ir nem estar. Elas nos mostram o quão errados estamos no caminho. Elas nos mandam reduzir a velocidade. Elas nos impõem suas vontades. ‘Vitória da Conquista há 500 km’, me disse uma placa certa vez. Pra quê eu queria saber? Não já estava indo pra lá de qualquer jeito? Ora bolas! Distâncias são coisas tão insignificantes... O que são quinhentos quilômetros? Nada. Absolutamente nada! Quinhentos quilômetros apenas são a medida de um caminho cheio de quebra-molas, desvios e placas. E eu odeio quebra-molas, desvios e placas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Perfeição.


Que tal se todo mundo tivesse, realmente, a tampa da sua panela? Que tal se ninguém sofresse por amor? Que tal se não houvesse pobreza nem violência? Que tal se o mundo fosse perfeito? Mas o que é ‘ser’ perfeito? O que é perfeito pra mim pode não ser perfeito pra você. Loiro dos olhos azuis não é o meu tipo, mas é o seu? É o de muita gente. Rico (a), famoso (a) e sexy pode ser a tudo que alguém deseja como parceiro(a). Então a perfeição é formada por desejos? E se os desejos são diferente entre todos, a perfeição também será. Ou não? O que forma a perfeição é um conjunto de desejos, que, na maioria das vezes, não estão reunidos num só elemento. ‘Então deve ser por isso que a perfeição não existe, certo?’. Não, ela existe, só não vende na farmácia. E o mais legal de tudo isso: a perfeição às vezes cansa, porque tudo na vida cansa. Então pra quê buscar a perfeição?! É simples: comodidade.

Vida


Virtudes, ilusões, dúvidas e amor. Por que viver, uma ação simples e involuntária, se torna tão complicado? Por que fazemos de nossas melhores virtudes os nossos maiores pecados? Por que preferimos a ilusão da vontade do que a percepção da felicidade? Por que nos enchemos de dúvidas se as certezas nos são enfiadas pelos ouvidos? E por que diabos o amor nos faz sofrer, se ele é o mais belo dos sentimentos? ‘Mas que tempestade num copo d’água!’, sempre me dizem, ‘Largue de lamúria e vá viver a vida!’. Logo visualizei: a vida era o copo e a tempestade era o amor e todos os seus sintomas. Ri e resolvi me afogar naquele copo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cores do dia.

            Hoje eu acordei sabendo que o dia iria ser belo. Olhei pela janela e o céu estava azul infinito. Levantei feliz e fui até o jardim apreciar as flores. As rosas estavam lindamente vermelhas a cor da paixão, do sangue. Olhei para o céu mais uma vez, nuvens se aproximavam. Nuvens brancas que me transmitiam uma paz intensa. E o dia seguiu calmo. Às oito da noite vesti a camisa com as cores do dia e rezei. Às dez da noite recebi a confirmação de que o dia realmente fora belo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Disfarce não tão perfeito - Parceria com Thais Sampaio


            Ela estava dormindo tão profundamente que eu fiquei com pena de acordar para me despedir. O que eu estava fazendo ali? Eu havia dormido com a minha melhor amiga. Um detalhe: na noite anterior eu era um gay!
            Me arrepender das coisas não era do meu feitio, e eu não estava nem perto do que se chama arrependimento. Eu tinha gostado. E muito! Certo, eu era gay, supostamente. Era um excelente disfarce: eu conquistava todas. Mas nunca me imaginei naquela situação. Ela acreditava que eu era gay. Pelo menos agora eu poderia parar de fingir, certo?! Tanto disfarce, tanto trabalho, tanta preocupação para eu me apaixonar e estragar tudo. eu tinha certeza de que fazer o papel de alguém apaixonado ia acabar me levando para caminhos que eu não queria. E no final, eu acabei me apaixonando de verdade.
            Enfim, já estava vestido e caminhando até a porta. O apartamento estava intacto, como sempre. Cheirava a rosas. Stela cheirava a rosas. Achei as chaves do meu carro em cima da mesa do telefone e abri a porta. Quase morri de susto. Era o namorado dela.
            - Mário Augusto! – gritei.
            - Luiz Otávio! – ele gritou, me abraçando. – Cadê a Stela?
            Engasguei e procurei uma desculpa plausível para ele não ir no quarto. Tudo bem, ele achava que eu era gay, mas ele não era burro. E que diabos ele estava fazendo ali?
            - O congresso não iria durar uma semana?  - perguntei.
            - A Suíça estava fria e eu senti falta da minha Stela. – ele pôs a mão no bolso. – Trouxe um presente para ela. Vê o que você acha.
            Mário Augusto tirou uma caixinha preta do bolso. Era um anel. Fudeu!
            - Nossa! Uma caixa! Tem o que dentro? – ri nervoso.
            - Pretendo casar, né? O que mais seria? – riu.
            Comecei a pegar meu celular. Até onde minha lembrança ia o da Stela estava do lado dela, no criado-mudo, como de costume. Liguei para ela. Ouvi a musiquinha do Mário (Sim, o do Nitendo!). Esperava desesperadamente que ela acordasse.
            - O celular está tocando. – o namorado tolo observou. Quase ofereci um Nobel por ela.
            - É, espera, vou atrás dele. – uma ótima desculpa.
            Corri antes que ele se convidasse a me acompanhar. Entrei no quarto bruscamente. Stela estava acordada e nua. Quase esqueci o que fui fazer ali.
            - Levanta, se veste e vai pra sala com cara de nada. Ou de sono. Tanto faz. – falei jogando um roupão. – Seu namorado está te esperando para te pedir em casamento.
            - Hã?!
            Olhei para ela, seus cabelos negros caídos sobre seus ombros nus. Respirei fundo.
            - Mário Augusto está na sala. – falei pegando meu casaco no chão. – Eu estou indo.
            - E nós? – perguntou confusa.
            - Nós somos nós, pra sempre. – ri com o canto da boca.
            - Você volta? – ela perguntou tentando parecer confortável.
            - Eu sempre voltarei pra você. É inevitável.
            - Você fala como se isso fosse ruim.
            - Pode não ser bom. – ri novamente. – Mas eu não ligo.
            - Eu gosto de você.
            - Vá logo.
            - Você vai ficar por perto?  - ela me ignorou.
            - Sim. – sorrindo disse.
            - Mesmo? – e mordeu os lábios.
            - Nada me convence de que estou longe de você, mesmo que eu esteja a milhas de distância. Coisas do coração… Quem entende! – a beijei e saí.
           

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ressaca divina ! - Parceria com Evelin Beatriz e Anna Luiza Melo


            Acabei de acordar, mas minha cabeça estava pesada demais para se afastar do travesseiro. É, eu estava de ressaca. Não exatamente por ter me “acabado” a noite toda. É, talvez eu tenha me acabado. Mas, e daí? Tudo o que foi dito e feito agora estava sendo digerido, juntamente ao álcool, pelo meu organismo. Eu levei o fora? Nem lembro. Não lembro nem como consegui esse hematoma no joelho! Na verdade nem me lembro como cheguei em casa. Será que o modo como cheguei te haver com o hematoma? Oh! Achei outro no braço. Pode ser que o gatinho não era tão fofo e educado assim… Na verdade estava mais para leão, hein? (Eu, com certeza, ainda estou sob o efeito da bebida!).
            Que dia é hoje?
            “PEEEEN!”
            Domingo! Com certeza são os meus pais na porta. E agora?!
            Poxa, mas eu sou lerda mesmo! Não poderia pensar sobre tudo isso que acabei de expressar tentando me curar dessa ressaca? Ah, mas meus pais poderiam ter algo para fazer ao invés de vir aqui todo domingo. Esqueci que eles realmente não têm nada a fazer. Droga!
            Eu deveria estar tão mal quanto me sentia. Credo! Parecia que eu tinha dormido em uma lata de lixo (Não que eu estivesse fedendo!). Corro e tento parecer doente. Sim, porque, para meus pais, é melhor ter AIDS do que estar bêbada. Que arcaicos!
            Passando rapidamente pelo lavabo e engolindo pasta líquida, consegui alcançar a porta sem quebrar nada. Abri-a de vez e me engasguei com o ar.
            - Dimitri!
Me virei rapidamente, tentando me recompor, e tinha um cara lindo, loiro, vindo
na minha direção. Quem era ele e o que ele estava fazendo no meu apartamento?
            - Não sabia que você estava acompanhada. – Dimitri falou batendo a porta.
            Fiquei assustada, mas feliz. Dá uma olhada no que eu consegui bêbada! Sóbria só arranjava caras problemáticos, como o Dimitri. Ressaca divina!
            Ops! Esqueci do Dimitri. Espera aí, eu tenho que esquecer o Dimitri! Perdoar um fora daqueles quando se tem um loiro lindo de cueca zanzando na sua casa? Eu acho que não, hein!
            Agora só sobrava uma questão importante.
            - Qual o seu nome mesmo? – minha voz saiu rouca, ou não saiu. Culpa da bebida, ok?!
            - Caio. Não lembra, gata? O irmão da Luana. – ele me falou levantando as sobrancelhas. – Você estava meio doida mesmo ontem à noite. Mas é que você insistiu tanto…
            Claro! E daí?
            Luana? Ah! A garota do príncipe maluco. Nossa, que irmão gostoso! Ouvi Dimitri abrir a porta do elevador. Uma parte de mim queria correr atrás dele. Que se dane! Um loiro gostoso sorria para mim. E muito provavelmente a parte que queria correr atrás do meu ex estava BÊBADA! Me voltei para o Caio e pedi que esperasse eu me livrar do inconveniente. Eu ia acabar indo atrás do idiota do Dimitri de qualquer jeito! E a melhor parte: ele estava ouvindo tudo! O que foi uma mão na roda, claro, pois me livrei dele mais rápido. Oun tadinho… só não corri atrás dele porque estava de camisola.
            Mentira!
            Ham?! Eu estava de camisola, com a cara amassada e de ressaca na frente do caio… Que beleza! O que foi revelador, pois o meu vestido sufocante não estava nem a vista. E eu levei quinze minutos para conseguir colocá-lo na noite anterior! Mas por que eu me importava? Eu casaria com o substituto de deus grego sem hesitar!
            Passei pelo Caio e fui para o quarto. Ele me seguiu e, de repente, eu nem sabia mais quem era Dimitri.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Quem pode negar que a gente tem tudo haver?" - parceria com Thais Sampaio e Anna Luiza Melo


Ele - o que aconteceu com a gente?
Ela - o que VOCÊ fez com a gente?
Ele - eu não fiz nada.
Ela - talvez esse seja o problema. "Nada." - repetiu o tom dele, e riu como se fosse piada.
Ele - o que eu deveria ter feito?
Ela - parar de agir como se precisasse de mim pra resolver TUDO quando não precisa, ser um pouco mais sincero, ser um pouco mais independente, ser um homem, não um macho
Ele - e você? O que você fez por nós?
Ela - como assim? Eu fiz TUDO! Eu corri atrás de você feito uma idiota, eu enfrentei tudo e todos, afinal, todos sabem, eu sei. Você é uma criança.
Ele - 1°) eu sou mais velho que você...
Ela - nem termine sua estúpida lista, mas se fizer questão coloque no fim da primeira frase ai " MAS SOU MAIS IMATURO E IDIOTA..." e mude o rumo de sua lista. Assuma, o errado é você.
Ele - errado, imaturo, idiota, dependente, é só isso que você sabe dizer? E sobre você? Não tem nada a resolver ,"senhorita perfeita", com o senhor "sabe-tudo" que sou eu? Ou já consegue admitir que não vive sem mim, e tem que arranjar defeitos que você já conhecia antes, e mesmo assim gostou de mim.
Ela - eu sou apaixonada por você, isso me faz cega.
Ele - você só enxerga o que lhe convêm.
Ela - eu enxergo você. - passou as mãos pelo pescoço dele. - e isso me convém.
Ele - eu amo você. – e beijou-a.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Abismo


Uma linha surge no fim da visão. E não, não era o horizonte. Não havia praia, nem pôr-do-sol. Você ligou, mas não disse nada. Descobri: era um abismo. Você estava na minha frente, mas eu não te alcançava. O braço era curto, e mais um passo, eu iria cair. Pensei em me jogar, e ignorar todo o sofrimento que estava por vir. Mas do que adiantava, se você, do mesmo jeito, não estaria comigo? Isso é apavorante, pensar em você, e a imagem ser de um passado. Sufocante. Desesperador. As lágrimas se acumulam, mas não caem. Recuso-me a aceitar o fim, mesmo que eu já soubesse desde sempre. Você era o que eu estava pedindo aos céus há muito tempo. Você surgiu e melhorou tudo, mas eu me afundei em esperanças, e agora tudo escorrega por entre os dedos. O que fazer? Esperar. A dor vai passar, o desespero também. A solidão talvez demore, as lembranças não vão sumir.  Mas o que me serve de consolo é a certeza de que você, apesar do final pré-destinado, me amou de verdade.

Quer apostar?!


Vamos olhar para o mundo?
Perceber que está tudo errado é tão fácil!
Então por que não se acerta tudo? Por que não paramos de destruir nossa casa?
Porque o vizinho erra também.
Então (se prepare para a frase típica) se o vizinho se jogar da ponte, você se joga também? Se ele não faz nada para ajudar o planeta, você também não vai fazer nada. É isso?
Banana!
Salvar o mundo é tão fácil quanto destruí-lo. Quer apostar?
Experimente guardar o papel de bala no bolso e jogar no lixo quando chegar em casa, ao invés de jogar pela janela do carro. Experimente também reciclar o lixo, fazer xixi no banho, e não deixar a água correndo enquanto escova os dentes ou raspa os minúsculos pelos que você insiste em chamar de barba.
Que tal trocar o carro pela bicicleta? É o transporte do presente no Japão. E o que você acha das sacolas de feira da sua avó? Uma dica: leve-as para o supermecado. Você estará ajudando a salvar o mundo!
Venci a aposta! Não acredita? Pague para ver. Coloque todas essas dicas em prática. Todos conhecem a história do beija-flor apagando o incêndio da floresta. Seja um beija-flor. De um em um se forma um bando. E um bando consegue apagar um incêndio.

Vacilão.

            Quando você se ‘tocar’ do que realmente é importante, irá perceber que o que fiz com você foi relevante. Te tratar daquele jeito foi uma forma de você perceber que eu existo e que o mundo não gira em torno de você.
            Acorde, ninguém está aqui para te servir. Você se acha o dono do mundo porque seus amigos falam por você e concordam com tudo. Não é inteligência, sem ‘ser o cara’… Isso tudo só te tornou vazio.
            Se ainda concordassem com coisas interessantes. Mas o que vem de você é sem sentido, porque você é apenas um ser sem conteúdo, ostentando por pessoas sem opinião.
            Cadê a maturidade? Lembra? Você cobrou de mim, e não tinha isso de ser mais nova, lembra?
            Ter “seguidores” não o torna mais maduro, e sim inseguro. Ou seja, idade       não importa. O que realmente importa é o modo de pensar... Ah! Só uma perguntei: você pensa?! Você sabe, né? É um momento de reflexão, onde as pessoas organizam as idéias!
Não, você não faz isso!
Você não pensa e não se importa com ninguém; você realmente já gostou de alguém? Na verdade, eu acho que não, pois refletindo pude perceber que essa capacidade não viria de você. Será que viria de mim? Creio que sim. Mas… Me sinto inconseqüente por admitir que o “gostar” vem de mim, e capaz por ter a coragem que, com certeza, não viria de você.
Dessa vez eru não ficarei cega, os seus defeitos estão na cara e, que eu saiba, um relacionamento só envolve duas pessoas. Então porque com você parece que são doze? Você vem com bônus? Pensando bem, vindo de você seria mais um ônus… Ou apenas uma merda liquidação com grandes avarias.
            Sabe, eu só falei mal de você; é, eu admito, você é… sem palavras. Esse seu lado ’buddy’ eu não conheci. Você só me apresentou seu lado ‘vacilão’.
            O encanto acabou, e praticamente nada restou.
            Praticamente! Eu não sou de ferro, ainda gosto de você. Mas, mesmo um lado ‘buddy’, você é um vacilão. Eu não tenho vocação para aturar vacilões. Não Valen a pena insistir nessa história. Não vale a pensa insistir em você, e sabe por que? Você é igual a uma dia na praia com chuva: frustrante e decepcionante.

Autoras: Anna Luiza Melo e Evelin Beatriz Mesquita

Game Over - Parceria com Thais Sampaio


Ela não mantinha qualquer expressão enquanto ele chorava, ajoelhado aos seus pés.
Parecia uma pessoa insensível, mas não, era apenas vingativa. Ela mal tinha começado.
Ele - Você tem que voltar pra mim...
Ela riu. Ele era a vítima dessa vez, e ela estava adorando.
Ela - Ah, eu tenho?! Quando foi baixada essa lei, hein? - desdenhou, jogando os cabelos pra trás.
Ele - É a lei do amor... - uma lágrima caiu.
Ela teve uma crise de risos. Aquelas lágrimas não a comoviam. Por ele não cabia comoção. Pena, talvez. Mas nela não havia nem isso.
Ela - Como é aquele ditado que eu descobri agora que é verdade...?! Realmente, "as pessoas só valorizam quando perdem".
Ele - Eu te perdi? - sua voz poderia deixar qualquer menina com remorso, mas ela não era uma qualquer.
Ela - É o que parece?
Ele - Foi o que você disse, ou pelo menos, deu a entender. - disse entre soluços.
Ela - Então é o que é. - ela piscou pra ele com sorriso esbanjando triunfo depois de descobrir o amor próprio.
Ele - Mas...
Ela - Desculpe, meu bem... Game Over.

Aos amantes, covardes ou não.

O amor é a maior fonte de medo e insegurança dos amantes. Não amantes vulgo adúltero, ok? São os amantes vulgo praticantes do amor. E isso pode incluir os adúlteros também, sem problemas. Mas a maioria odeia o amor. Que controvérsia, não? Sentimentos opostos no lugar do verbo e do substantivo de uma mesma frase. Mas, na minha opinião, só enxerga oposto quem enxerga sozinho. Jogue os dois sentimentos e seus derivados num liquidificador, acrescente um pouco de açúcar e sal e veja no que dá. Garanto que fica homogêneo. Eles são as duas faces da mesma moeda, e no meio se metem a paixão, a raiva, o desejo, a inveja, dentre outros intrusos não mesmo interessantes. Mas não é assim, chegar lá e dizer: “Cara é ódio, coroa é amor. Droga, deu cara, te odeio!”. Não seja burro(a) pra achar que é fácil assim. Muitos dizem “o amor é lindo, porem traiçoeiro. Cuidado!”. Cuidado com o quê meu bem? Como se tomar cuidado com uma coisa que chega sem avisar, sai atropelando tudo, acaba com sua vida e no final se recebe a promessa de felicidade eterna? Até o amor adormecer, vale ressaltar! Sim, é um sentimento raro e difícil de ser mantido. Quando ele se torna um fardo, aí é bom se conformar e tentar não morrer de depressão. E aonde entra o ódio nisso? Em tudo, é claro. Você se odeia por amar um babaca ou uma fútil, se odeia por nutrir um amor platônico, se odeia por ter investido num amor que não deu certo, enfim, você acaba odiando amar. E o ódio nada mais é do que o amor dos fracos e covardes. Nada mais é do que uma desculpa para não encarar os fatos e dar a cara à tapa. Se você já optou pelo ódio, sabe do que eu estou falando, mas nunca vai admitir. “Não é fraqueza, e sim ódio mesmo. Nada de desculpinhas sem sentido”, essa é a desculpa que mais se ouve. Lidar com o ódio é fácil. O problema é lidar com o amor, fonte de todos os outros sentimentos. E o único jeito de aprender é vivendo. Não adianta querer fugir. Não tente, não vai dar certo. A vida não é completa sem o amor. Fica tão monótona quanto assistir A Lagoa Azul na Sessão da Tarde. E o máximo que você vai conseguir assistindo esta porcaria é sentir inveja da linda e melosa história de amor. Não vale a pena, vale?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Hey Dad !


Por que você insiste em não prestar atenção?! Sabia que é um sacrifício enorme esse que eu estou fazendo por você? Sabia que eu sou feliz aqui, com os meus amigos, a minha família, a minha vida de sempre? Eu sinto falta do meu quarto, da minha cama, de vocês. Mas não, eu não reclamo. Muito pelo contrário, aceitei sem problemas alguns. E você? Viajou primeiro, e sempre quando voltava eram dez minutos pra matar as saudades e o resto... Briga! E agora você foi embora de vez e arrastou todo mundo. E o que sobrou pra mim? Brigas! Ficou um tempão sem ligar, sem perguntar como eu estou e se eu precisava de alguma coisa. E eu não acreditei que quando quis falar comigo foi, simplesmente, pra reclamar da porcaria da nota baixa. Fala sério, durma com uma dessa! E não, eu não estou reclamando a toa. Sempre fui exemplar, nunca te dei trabalho. Mas você? Bem, não vamos nem comentar. Nunca tive poder de argumentação com você. Nunca ninguém tem poder de argumentação com você. Como se você fosse perfeito e todo mundo tivesse que seguir as suas ordens e exemplos. Não! Eu sinto muito, você está longe disso. Sério, sinto sua falta, não pense que não. Mas, às vezes, fico feliz por você está longe. Sinto-me horrível por me sentir assim, mas me sinto e pronto. Porque sem você por perto é bem um jeito de respirar, de viver bem. Eu namoro, saio com os amigos, me divirto, e você não está aqui pra ser super protetor. Exageradamente, pois, se você não percebeu, eu cresci. Nos últimos tempos o que eu mais venho querendo e gritar tudo isso, é dizer que eu não estou feliz, mas vou embora porque VOCÊ está, é falar que eu não to fazendo nada de errado e que você não tem motivos para desconfiar, é dizer que eu não bebo, não fumo e não sou rebelde. Tudo que eu mais queria era ser rebelde. Quem sabe se eu fugisse de casa você não prestaria atenção de verdade em mim? Quem sabe se eu não tomasse bomba na escola e perdesse de ano você visse os meus reais problemas? Quem sabe assim você não pararia e me ouviria? Quer saber, acho que não adiantaria. Eu amo você, mas, pelo visto, isso não é o bastante.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Será mesmo?!



Ele estava de gola ‘V’. Ela, meia arrastão. Dois estilos diferentes. ‘E daí?’, a amiga dela questionou. Eles se olharam quase a noite toda. ‘Vai lá, ela ta na sua!’, o amigo o encorajava. Duas da manhã. A festa não estava mais tão cheia. Os amigos dele jogavam sinuca. As amigas dela falavam deles. Mas ele e ela não faziam nada. Um apenas olhava para o outro. ‘Não dá tanta bandeira’, sua amiga a cutucou. Ela deu de ombros. A varanda estava vazia, ele observou. Os olhos dela seguiram os dele, e então ela sorriu. ‘A noite está acabando’, ele disse pousando os cotovelos na grade da varanda. ‘Você vai ficar aí me olhando?’, ela quis saber. E o puxou, beijando-o. Surpresa! Ele não esperava. Mas não discutiu. O beijo dela tinha gosto de Ice Kiss. E a noite acabou. Mas eles ainda estavam ali, na varanda. Gola ‘V’ e meia arrastão. Foi só mais uma festa. Apenas mais um beijo. Será mesmo?!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O último beijo


Um último beijo.
Antes que tudo mude. Antes que você me deixe.
Um último beijo.
Antes que o mundo acabe. Antes que eu morra de dor.
Um último beijo.
Antes que a vida me vire às costas. Antes que a maquiagem borre.
Um último beijo.
Antes que as coisas se compliquem. Antes que as lágrimas caiam.
Um último beijo.
Antes que os amigos fujam. Antes que você mude de idéia.
Um último beijo.
Antes que eles me levem embora. Antes que me tranquem no escuro.
Um último beijo. O ultimo beijo.
Antes que o primeiro seja esquecido. Para sempre.

Você é o máximo!



- Amiga, hoje o dia foi perfeito. – ela me disse. – Andei de New Beatle e tirei foto com uma câmera pro-fis-sio-nal!
É, ela é muito deslumbrada! E eu adoro isso nela. Louca, criançona, apaixonada, apaixonante. Um dia eu ainda comprovo as minhas teorias. E você sabe do que eu estou falando, não sabe? E nos últimos tempos você se tornou muito mais do que isso. Você virou o meu ombro amigo. Eu já chorei tanto nos seus ombros. Em pensar que eu já achei você imatura. Imatura?! Imatura sou eu, que tem a vida baseada em amores problemáticos e que precisa de uma amiga como você para sair de muitas fossas. Você me atura muito, velho! Duvido que não já tenha pensado algumas vezes em me cobrar as consultas. Você deu a indireta mais direta do mundo. Você me falou da conversa não tão boa para mim. Você me disse que nem tudo que é certo é o melhor. Você está sempre aí para me dizer algo. Você se transformou numa das pessoas mais importantes da minha vida. Você, Camilla Barbosa Xavier, é o máximo!

Velhos tempos


Duas crianças corriam no parque. Estavam se divertindo, dava para notar. Mas, de repente, elas sumiram. E no lugar apareceram dois jovens adultos, sentados em dois bancos diferentes. Lados opostos do parque. Ela, emergida em seu lap top, organizando os arquivos da reunião. Ele, estudando um dos casos mais difíceis da sua vida. Ainda eram as mesmas crianças que corriam no parque. Era fácil perceber pelo brilho no olhar. Mas por que eles não se viam? Era só olhar para frente! E uma chuva fina começou a cair. Ela fechou o computador e colocou dentro da bolsa. Ele guardou os papeis dentro da pasta. Os dois correram para debaixo da macieira. A mesma macieira que, quando criança, faziam piqueniques. E então eles se viram. E de repente se pôde enxergar novamente as crianças. Eles sorriram. Seus olhos brilharam. E então, eles correram. Como nos velhos tempos, eles estavam se divertindo.